segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De tarde

Sem saber ao certo qual seria a doença que assolava minha alma, corri para o mar e, ajoelhado, chorando, o céu chorou comigo. Naquela tarde cinzenta, sem luz, senti que o céu e eu erámos uma coisa só.

Eu chorava e ele, complacente, derramava suas lagrimas de dor apenas e com o mero desejo de estar ao meu lado. Tentando enxugar as gotas que caiam, vi que o céu se abria, sem fazer barulho.

Diante de tanta luz, quis ter você por perto, não para te ter, apenas para estar, sem qualquer segurança do que viria, somente com o desejo de viver aquele momento.

O que a vida senão uma sucessão de momentos?

Assim como os grãos de areia que formam a praia, são os momentos que formam a vida. Senti então a plena e tranquila vontade de viver.

2 comentários:

Clarissa disse...

Profundo! Poético! Você está escrevendo cada vez melhor... muito bom!!!! =)

Clever Souza disse...

São pequenos os momentos que nos formam. Meras causalidades que buscamos complicar.

Muito massa!
Abraaço.