domingo, 22 de maio de 2011

Maio

Mãe, para mim é uma palavra forte! Tu es forte! Nos teus olhos encontro a minha paz, nos teus beijos um porto seguro! Mãe, tu es também uma fortaleza! Nas tuas lágrimas encontrei o amor pelo teu Esposo, um amor que grita: "Meu Deus, porque me abandonaste?" mas que ao mesmo tempo se lança no abismo e diz: "Nas Tuas mãos entrego meu espírito".

No teu sorriso encontro a força de viver, nos teus braços uma tranquilidade sem fim, nas tuas palavras a sabedoria, nos teus erros um recomeço, na tua alegria a minha alegria.

Na palavra filho, que só escuto da sua boca, reconheço a minha vocação.

Mãe, no teu coração sei que estou e no meu tu estás, es parte de mim. Mãe é dar a vida, é ser vida e na tua vida encontro a minha. Por ti darei a vida em cada momento.

(texto escrito em 2004, ano que morei na Argentina)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Esconderijos do tempo

O tempo se esconde nos cantos da parede daquela casa vazia, se esconde embaixo do tapete de uma velha sala de estar, se esconde nos cabelos que vejo caídos no chão do quarto.

O tempo não perdoa, não sorri, não cala, não fala, mas ama.

Não se transfigura nas engrenagens de um relógio que, enquanto houver pilha, não para de funcionar, ele se traduz nas rugas do meu rosto, nas lagrimas dos meus olhos que enxugo com as folhas daquela antiga árvore do quintal.

Assim como as curvas, as entranhas perdem seu vigor. O tempo não para, não muda, não canta, mas vive.

Vive nas longas estradas que percorri e se esvai como pó solto no vento. Para quem acha que o tempo cura, resta apenas a espera, mas quem faz o tempo é quem vive o momento.