Há cinco dias me perdi em mim. Correndo esbarrei no muro que eu mesmo construi tentando ser eu tentando estar no fim, no fim de uma busca, de uma constante fulga. O medo me tomou por inteiro e já não via mais a luz.
Sentia que as minhas coisinhas estavam se resumindo e tive vontade de colocá-las em uma garrafa e tomá-las todas para que não deixassem de ser minhas, entrando em um maravilhoso porre de sentimentos. Queria colocar as minhas lembranças erroladas em uma seda e fumá-las como o gosto de um ultimo cigarro fumado após o café.
Ainda correndo perdido dentro de um labirinto da alma, sabia que precisava derrubar tudo e construir novamente, como aquele que vindo à superficie respira desesperado e enche os pulmões de ar. Precisava de um ar novo, vivo, pulsante, que espantasse de mim a morte fulminante.
Na luz amarela do abajur sem cor, vi que a vida voltava a me encantar com suas fulgazes alegrias, mas dessa vez, somente dessa vez, não me deixei levar, dessa vez sabia o que queria. Queria me reconstruir com tijolos que jamais se desgastam, daí então o abajur tomou cor e forma, e passou a ser mais lindo, assim como a vida que sigo construindo, sem muros, sem proteção, pois agora já não tenho medo, quero viver, mesmo que seja só por hoje.
4 comentários:
ai, ai...me identifiquei...Bjos
Que bom, meu amor! Viver o momento presente! Viver encontrando beleza em cada luz que se apaga e que se ascende! Te amo!
Salve Jomery...
Que beleza de texto.
O grande barato, acho, é você se encontrar, mesmo que um pouco, naquilo que você lê, e comigo aconteceu isso lendo teu post. Ai sim, meu irmão...
E indiretamente, obrigado.
Abraço grande.
Grande Jomery!
Ficou muito bom o texto!
Obrigado!!
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