terça-feira, 5 de julho de 2011

Abajur

Há cinco dias me perdi em mim. Correndo esbarrei no muro que eu mesmo construi tentando ser eu tentando estar no fim, no fim de uma busca, de uma constante fulga. O medo me tomou por inteiro e já não via mais a luz.

Sentia que as minhas coisinhas estavam se resumindo e tive vontade de colocá-las em uma garrafa e tomá-las todas para que não deixassem de ser minhas, entrando em um maravilhoso porre de sentimentos. Queria colocar as minhas lembranças erroladas em uma seda e fumá-las como o gosto de um ultimo cigarro fumado após o café.

Ainda correndo perdido dentro de um labirinto da alma, sabia que precisava derrubar tudo e construir novamente, como aquele que vindo à superficie respira desesperado e enche os pulmões de ar. Precisava de um ar novo, vivo, pulsante, que espantasse de mim a morte fulminante.

Na luz amarela do abajur sem cor, vi que a vida voltava a me encantar com suas fulgazes alegrias, mas dessa vez, somente dessa vez, não me deixei levar, dessa vez sabia o que queria. Queria me reconstruir com tijolos que jamais se desgastam, daí então o abajur tomou cor e forma, e passou a ser mais lindo, assim como a vida que sigo construindo, sem muros, sem proteção, pois agora já não tenho medo, quero viver, mesmo que seja só por hoje.

4 comentários:

Joedy santa Rosa disse...

ai, ai...me identifiquei...Bjos

Clarissa disse...

Que bom, meu amor! Viver o momento presente! Viver encontrando beleza em cada luz que se apaga e que se ascende! Te amo!

Clever Souza disse...

Salve Jomery...

Que beleza de texto.

O grande barato, acho, é você se encontrar, mesmo que um pouco, naquilo que você lê, e comigo aconteceu isso lendo teu post. Ai sim, meu irmão...

E indiretamente, obrigado.

Abraço grande.

Romerito Florencio disse...

Grande Jomery!
Ficou muito bom o texto!
Obrigado!!