quinta-feira, 28 de abril de 2011

Alma

Somos almas que vagam pelo mundo, errantes, quem sabe até amantes. Em esquinas da vida nos cruzamos e olhando nos olhos de quem está na frente não nos resta outra imagem.

Há quem diga que os olhos são as janelas da alma, mas quando olho nos olhos de quem vê, consigo ver somente a mim. Será que os olhos de quem vê são as janelas da alma de quem está sendo visto? Será, então, que quem está sendo visto está em quem vê?

Não somos almas produzidas inteiras, de apenas uma matéria, somos a mistura de várias almas, carregamos pequenos pedaços de almas, de histórias, de passados. Dentro da roupa que vestimos há sim um conteúdo.

Caminhando sem porto é fácil ter a sensação de estar morto. Sorte tem aquela alma que desperta quando o sol resolve deixar sua morada e preenche a casa de manhã, afastando toda a penúria. Quando os raios invadem a alma e o perfume do café que acaba de ser feito vem buscá-la, ai é que ela é feliz.

As almas que vagam encontrarão sempre um abrigo, sempre um mastro.

No entanto, há dias em que a luz é pouca, o sol não desperta. A alma então perde sua cor e se entrega a dor. Nada mais resta. Sem o sol a alma dorme.

Um comentário:

Clarissa disse...

Profundo, amor!!! Gostei! Mas... A alma apenas dorme para repousar e ao acordar encontra por trás da dor a ofuscada luz do Sol. Esta luz é ainda mais bela, porque é fruto do AMOR de um Pai que sabe o que pede na hora certa e sabe o que podemos dar!=)