domingo, 13 de março de 2011

Era ele.

Dançava com sua música, sorria com o seu riso, se alegrava com o que via, se emocionava com o que sofria, se enfeitava com serpentinas e confetes, mas vivia e vivia e sorria e chorava e se alegrava.

Só ele ouvia aquela música, ninguém mais via o que ele via. Eu estava ali, imperceptível, apenas observando sua linda dança, bailava como quem baila nas nuvens, leve e sem sentir, deixando-se guiar simplesmente por seus movimentos mágicos.

Naquele lugar, no meio de tanta gente, ele vivia em completa transcendência, animado pela embriaguez da alegria.

Sonhava então com sua amada? Sonhava com os que lhe eram caros? Pensava apenas no presente, isso eu tenho certeza, pois a alegria que expressava não dava espaço para o futuro de tubulações que o aguardava.

Era ele, ali, só ele, dançando naquelas ruas que há muito tantos dançavam, levado apenas pelo sabor do vento que se foi, levando-o como cinzas que no próximo solstício o transformarão novamente no que sempre fora, ele, o carnaval.

Um comentário:

Clarissa disse...

"...É carnaval, não me diga mais quem é você. Amanhã tudo volta ao normal..."
Muito interessante seu texto! Gostei, meu amor!=)